sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Certificação de Metrologistas

•   O mercado de vagas para esse perfil de profissional aumenta a cada dia em função do crescimento da indústria e dos serviços no País

Já está aberto o reconhecimento de profissionais para o novo Sistema de Certificação de Metrologistas. Trata-se de um processo para atestar a qualidade do trabalho realizado em laboratórios voltados à calibração de equipamentos e instrumentos de medição.

Criado inicialmente para atender à necessidade de mão de obra qualificada da Rede Metrológica do Estado de São Paulo (Remesp), o processo em questão tem um público-alvo de aproximadamente seis mil profissionais candidatos à certificação, que trabalham em pelo menos 600 laboratórios de calibração espalhados pelo Estado.

‘’Nesse primeiro momento esperamos certificar, rapidamente, 100 pessoas. Isso sem considerar a eventual adesão de mais estados e outras redes metrológicas a essa iniciativa pioneira. O programa começa com o reconhecimento formal dos profissionais que, já trabalhando, atuam nesse mercado, e que possam comprovar sua competência conforme as regras estabelecidas. Vamos estruturar centros de treinamentos especializados que devem cumprir, integralmente, as aulas teóricas e práticas exigidas pelo sistema de  qualificação e certificação’’, explica um dos diretores da Rede Metrológica do Estado de São Paulo (Remesp) e diretor do Inter-Metro, Oswaldo Rossi Júnior.

Nesse momento, como ressaltado anteriormente, o processo de certificação de metrologistas está reconhecendo os profissionais que já trabalham no setor, a partir das seguintes classificações:

Nível 1 – Exerce a função de técnico auxiliar, ou seja, é quem prepara os padrões físicos  necessários às calibrações. Pode executar as medições de calibração com base em procedimentos previamente aprovados e validados para os quais  foi treinado. Além disso, registra os resultados das calibrações.

Nível 2 – Corresponde ao metrologista de laboratório, sendo o responsável direto pela execução das medidas e do tratamento estatístico. Determina  erros de medição e avalia os resultados e a coerência do relatório de calibração. Também é o preparador efetivo dos procedimentos de calibração e o emissor do certificado formal de calibração.

Nível 3 – Esse último posto da hierarquia é ocupado pelo gerente técnico, um profissional que aprova os procedimentos de calibração e, eventualmente, os elabora. Ele calcula as incertezas da medição, analisa e interpreta as normas de calibração e as especificações; responde tecnicamente pelas calibrações e qualidade dos serviços e pode, em determinadas situações, ser o responsável pelo atendimento ao sistema da qualidade do laboratório, com base na norma ISO/IEC 17025. Por último, é o profissional responsável pelo treinamento dos Níveis 1 e 2.

A demanda para esse perfil de profissional aumenta a cada dia em função do crescimento da indústria e dos serviços no país, afirma Rossi. Entretanto, acrescenta o especialista, os laboratórios de metrologia em calibração ainda enfrentam um obstáculo comum no Brasil: a falta de qualificação profissional formal.

‘’Como exemplo, citamos  um levantamento feito pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), revelando que pelo menos 70% das empresas  nacionais têm dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. A área da metrologia não foge dessa situação. O Brasil realizou avanços consideráveis, mas ainda faltam profissionais bem preparados e cursos mais especializados para, praticamente, todos os setores da nossa economia. Esse atual processo de certificação, desenvolvido na parceria entre Abendi e Remesp, certamente é uma forma de resolver esse problema’’, aposta Rossi.

Fonte: Jornal DestaQC 76